5 fev 2020 às 09:28 hs
Mesmo com redução, Capital ainda tem placa mais cara

Empresas escondem planilhas; composição do preço ainda é desconhecida

Exigência é para veículos novos, opcional em outros casos – Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado

No primeiro dia do prazo para as estampadores explicarem à Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Procon/MS) os motivos do alto custo das placas veiculares padrão Mercado Comum do Sul (Mercosul), os preços caíram até 10%. Porém, o órgão ainda não recebeu as planilhas de custo que motivaram os valores cobrados e quando finalmente expostas, os preços podem ter nova redução.

E mesmo com a pequena queda dos preços, a Capital continua com os valores mais salgados do país, agora perdendo apenas para Fortaleza (CE), onde as placas custam R$ 280 para carros e R$ 180 para  motos. 
Em reunião ontem (4) com duas empresas, os proprietários aceitaram reduzir os preços. A Íons Placas baixou em 10% o valor cobrado pela identificação veicular, que passou a ser de R$ 134 a unidade. No caso dos automóveis, o emplacamento fica R$ 268, já que eles precisam de duas chapas. Antes a empresa cobrava R$ 290 (carro) e 150 (moto), que agora passou a ser R$ 140.

Já a GR Placas descontou 9,33% do preço original e passou a cobrar R$ 136 pela unidade. A empresa tinha o serviço mais caro entre as concorrentes para os veículos com mais de duas rodas, que antes chegava a R$ 300 e agora passará a ficar R$ 272.

“Havíamos detectado uma diferença de cerca de 7% entre uma estampadora e outra. Ficou claro que não haveria cartel. Até agora todos aceitaram reduzir”, destacou o superintendente do Procon, Marcelo Salomão.

Após as reuniões, que foram individuais, a Placar informou que também reduziria os preços. Em Campo Grande, o valor caiu de R$ 290 para R$ 272 o par para carros, o que representa uma queda de 8,27%. Nas cidades de Dourados e Três Lagoas, a redução foi de 6,89%, passando de R$ 290 para R$ 270.

Para Salomão, a queda nos preços poderia ser maior, mas agora cabe ao consumidor e ao mercado. “O consumidor deve ficar atento e pesquisar antes de comprar para escolher o mais barato. Logo, os demais terão que baixar os preços naturalmente, porque senão vão deixar de vender”, avalia.

POLÊMICA
Levantamento feito pela reportagem do Correio do Estado apontou que Campo Grande tem a placa Mercosul mais cara entre dez capitais de todo o Brasil, como foi mostrado na edição de ontem (4). Curitiba (PR) tem os valores mais baixo – R$ 150 para carros e R$ 80 para motos.

Ontem, quanto ainda custava até R$ 300 na capital sul-mato-grossense para carros e até R$ 150 para motocicletas, os altos preços foram alvo do Procon após o governador Reinaldo Azambuja determinar investigação da possível formação de cartel (combinação de preços) na confecção da nova placa de padrão Mercosul.

O emplacamento segundo o modelo Mercosul começaou ser feito oficialmente na segunda-feira (3) no Estado. Todos os estados brasileiros tiveram até a semana passada para fazerem os últimos ajustes nos sistemas necessários para colocar em prática o novo padrão visual.

Alagoas, Mato Grosso, Minas Gerais, Sergipe e Tocantins pediram e ganharam mais prazo do Governo Federal para emplacar o novo modelo, que só vale a partir de 17 de fevereiro.

Seis empresas estão cadastradas para executar o serviço em MS – Íons Placas, FS Placas (Placar), MS Placas e GR Placas em Campo Grande; FR Placas (Placar) e GR Placas em Dourados e FL Placas (Placar) e GR Placas em Três Lagoas.

O modelo foi lançado pelo bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai em 2014. Apesar de se chamar padrão Mercosul, a placa tem diferenças nos quatro países. Em crise político-econômica, a Venezuela não colocou em prática o novo padrão e está suspensa do bloco por “ruptura da ordem democrática” desde 2017.

O emplacamento do novo modelo é apenas para veículos novos, placas danificadas ou furtadas, mudança de cidade ou da categoria inscrita na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). 

Fonte: Correiodoestado

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