General iraniano foi morto em ação militar americana na semana passada, abrindo uma crise diplomática
No meio de uma crise diplomática com os Estados Unidos, o Irã foi um dos principais compradores de carne e grãos de Mato Grosso do Sul em 2019. Segundo dados do Ministério da Economia, compilados pela Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Famasul) no boletim Casa Rural, o país do Oriente Médio importou US$ 140 milhões em carne e grãos do Estado.
De janeiro a novembro do ano passado, os iranianos compraram US$ 45,9 milhões de carne bovina in natura, o que representa 12,9 toneladas. O preço médio por quilo foi de US$ 3,49, 7,22% da receita total do agronegócio sul-mato-grossense.
Em soja, o país adquiriu 34,3 toneladas por US$ 11,9 bilhões, o que representa 1,11% da receita total. Mas é o milho um dos produtos que o Irã mais comprou ao longo de 2019.
Por US$ 84,7 milhões, foram exportados para o país 454,4 toneladas do grão, colocando o Irã como segundo maior comprador de milho sul-mato-grossense, atrás apenas do Japão. A aquisição do país do Oriente Médio representou 20,89% da receita total.
SITUAÇÃO
Na semana passada, o general Qassem Soleimani, um comandante de alto escalão da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã foi morto em um ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos em Bagdá, capital do Iraque. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, sugeriu medidas retaliatórias contra os Estados Unidos.
O Departamento de Defesa dos EUA divulgou uma declaração na quinta-feira (2) informando que “sob o comando do presidente, as forças armadas dos EUA agiram defensivamente de forma decisiva, matando Qassem Soleimani para proteger os indivíduos americanos no exterior”.
No dia seguinte, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, declarou que não iria comentar a ação. Porém, o Ministério das Relações Exteriores emitiu ainda na sexta-feira (3) nota que o governo brasileiro ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos Estados Unidos no Iraque manifesta seu apoio “à luta contra o flagelo do terrorismo”. A nota diz ainda que o país está “pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento.”
Nesta terça-feira (7), o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou os representantes diplomáticos brasileiros em Teerã a comparecerem à chancelaria iraniana para explicar o teor da nota divulgada pelo Palácio do Itamaraty. Para amenizar a situação, Bolsonaro disse ontem que o Brasil pretende manter as relações comerciais com o Irã e afirmou que repudia o terrorismo. “Nós repudiamos o terrorismo em qualquer lugar do mundo e ponto final. Temos comércio com o Irã e vamos continuar esse comércio”, disse, ao deixar o Palácio da Alvorada.
Fonte: Correiodoestado.
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